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Transporte público democratiza o espaço urbano e promove inclusão social

  • 13/10/2025


Para o vice-presidente do Secovi-SP, Claudio Bernardes*, apesar de garantir coesão social, desenvolvimento econômico e acessibilidade física, transporte ainda é visto como serviço para pobres.


Segundo a Associação Internacional de Transportes Públicos (UITP), à medida que a população global atinge 8 bilhões de pessoas, a maioria vivendo em áreas urbanas, apenas metade tem acesso a um sistema sustentável de transporte. Para correção dessa distorção, é necessária uma transformação nos modelos de mobilidade das cidades, por meio da intensificação de ações políticas que tenham foco no transporte público.


Parece absolutamente correto afirmar que o transporte público é um dos pilares para a construção de cidades mais justas e inclusivas. Quando planejado e executado de forma eficiente, tem a capacidade de reduzir desigualdades. Ele conecta bairros periféricos aos centros de emprego e aproxima comunidades marginalizadas de equipamentos culturais, de saúde e lazer.


Em tempos em que se discute tanto inclusão, como igualdade e sustentabilidade, é impossível ignorar o impacto que a mobilidade tem sobre a vida de milhões de brasileiros, especialmente os que vivem nas periferias das grandes cidades e dependem exclusivamente do transporte público para acessar seus direitos mais básicos.


Hoje, nas grandes cidades do Brasil, a desigualdade territorial salta aos olhos. Moradia, trabalho, saúde, educação e lazer estão distribuídos territorialmente de forma desigual, e o transporte público passa a ser o único elo entre as regiões mais afastadas e as áreas centrais, ou seja, entre a promessa de cidadania e sua real concretização. Quando esse elo se torna mais frágil, a exclusão social se torna ainda mais cruel.


Não é raro vermos em cidades de maior porte os moradores das regiões mais periféricas enfrentando trajetos diários de duas, três horas em ônibus superlotados, caros e pouco confiáveis. A quem serve uma cidade que cobra tanto tempo, dinheiro e energia para que um cidadão simplesmente vá e volte do trabalho? Essa não é apenas uma questão de mobilidade – é uma questão de justiça social.


Garantir transporte público de qualidade significa democratizar o espaço urbano, dando a todos os cidadãos a possibilidade de participar plenamente da vida social.


A verdade é que investir em transporte público de qualidade, é investir na redução da desigualdade. É dar a todos – e não apenas a alguns – o direito de se deslocar pela cidade com dignidade.


O transporte coletivo precisa deixar de ser visto como um “serviço para pobres”. Em uma época em que as mudanças climáticas exigem respostas urgentes, investir em modais de massa significa reduzir emissões de carbono, melhorar a qualidade do ar e tornar as cidades mais saudáveis.


O transporte público, como espinha dorsal da mobilidade urbana sustentável, melhora a coesão social, contribui para o desenvolvimento econômico das diversas regiões das cidades e garante acessibilidade física, conectando lugares e pessoas.


Ao melhorar a acessibilidade, o transporte público cria condições equânimes de mobilidade para todos, promovendo oportunidades sociais e inclusão econômica, independentemente do “status” socioeconômico. O aumento do uso do transporte público reduz o congestionamento urbano e a dependência do automóvel, levando a ambientes mais saudáveis e seguros, potencializando dessa forma modelos de cidades mais resilientes.


E não se trata apenas de eficiência técnica ou de gestão. O transporte público é uma escolha política. É o reflexo direto do estabelecimento de prioridades, e defender esse modelo, é defender o direito à cidade.


É possível, sim, pensar diferente. Diferentes cidades, em vários países, mostram que, com vontade política e participação popular, é possível viabilizar redes de transporte dignas, eficientes e sustentáveis. O Brasil precisa seguir esse caminho com seriedade. Uma cidade onde as pessoas se movimentam com eficiência e dignidade é uma cidade onde existe justiça social.

Fonte: SECOVI-SP



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